Fundamentalismo e Modernidade Tardia: uso dos meios de comunicação digital e a produção de incerteza
DOI:
https://doi.org/10.26439/contratexto2025.n44.7646Palavras-chave:
fundamentalismo, discursos, meios de comunicação , incerteza, modernidade tardiaResumo
Esse artigo pretende observar a relação entre o aumento de discursos fundamentalistas, o uso dos meios de comunicação digitais e a produção da incerteza. Tal produção surge como uma estratégia de comunicação e disseminação, não de verdades que tragam uma sensação de segurança, mas de pós-verdades e fake news, as quais, em vez de produzir esclarecimento, têm gerado medo, confusão, alienação, preconceito e violência. Essas ideias têm sido disseminadas pelos meios digitais na modernidade tardia, o que se torna paradoxal em relação à promessa iluminista de liberação do humano pela evolução tecnológica, pois ao contrário de promover o conhecimento, os meios parecem estar aprisionando a consciência. Justifica-se esse debate, pois ele tem influenciado profundamente a organização social humana, além de originar a polarização e a fragmentação da sociedade, resgatando discursos fundamentalistas que pareciam esquecidos. Essa reflexão, exploratória e teórica, busca apoiar seu debate, partindo de autores da teoria dos meios, como Marshall McLuhan e Eugênio Rondini Trivinho, juntamente com autores da Sociologia, como Zygmunt Bauman, Hartmut Rosa e Eliana Sanches de Frias. Além do questionamento da relação entre meios de comunicação, sensação de incerteza, resgate e o aumento da difusão de discursos fundamentalistas, outra questão é importante: ampliar do conceito de, para além dos discursos religiosos.
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